Paixão pela fantasia

O JL Online publica uma entrevista com o título em epígrafe, feita pr Francisca Cunha Rego, a propósito dos meus «Meu Avô, Rei de Coisa Pouca» e «Encrava-línguas».

A Rita Pimenta, no seu Letra Pequena faz eco desta entrevista e convida a escutar o «Improvérbios».

«Meu Avô Rei de Coisa Pouca e Encrava-Línguas são dois novos títulos dedicados ao público infantojuvenil. Falamos com o autor João Manuel Ribeiro

É licenciado e mestre em Teologia, mas a sua vocação parece ser a literatura infantojuvenil. Foi há seis anos que escreveu o primeiro livro para os mais novos, Estrela e Príncipe da Paz. Nunca mais parou. Rondel de Rimas para meninos e meninas, A Menina das Rosas, (Im)Provérbios, Poemas da Bicharada ou Um, dois, três – Um mês de cada vez são alguns dos seus títulos, a que agora se juntam Meu Avô Rei de Coisa Pouca e Encrava-Línguas. João Manuel Ribeiro, 42 anos, procura despertar nas crianças a paixão pela fantasia que o seu avô lhe deu.

JL/Educação: O que lhe interessa na escrita para os mais novos?

João Manuel Ribeiro: Procuro, por um lado, despertar o prazer pela leitura – trabalhando sobretudo as questões fonéticas, a rima, o ritmo e a musicalidade das palavras. E por outro, a imaginação. Mas isso não significa um descomprometimento com a realidade.

O que suscitou Meu Avô Rei de Coisa Pouca?

Até hoje foi o livro que me deu mais prazer escrever. É o meu primeiro ‘romancezinho’. E o avô da história, é o meu. Passei a minha infância com ele. Era um homem fantástico, passava a vida a contar-me histórias, rimas, lengalengas. Cresci com a fantasia que o meu avô me pôs na cabeça. Quando comecei a escrever para crianças, impôs-se a necessidade de testemunhar a paixão pela fantasia que ele me deu.

A natureza ocupa um lugar muito central nesta obra. A terra, os animais, uma certa calma…

Hoje, talvez por culpa dos meios de comunicação social, vivemos muito em aflição. É a guerra no Iraque, os conflitos na Líbia, a crise, os impostos. Gosto de dar a possibilidade aos miúdos de refletirem sobre uma outra perspetiva. Mostrar-lhes que a vida também é feita de calmaria.

Encrava-Línguas faz parte da coleção ditos (im)populares totalmente escrita por si. Como surgiu?

Foi um desafio da editora Trinta por uma linha. A ideia é brincar com alguma cultura popular, mostrando que tem muitas coisas verdadeiras, mas não está livre de crítica. O primeiro livro chama-se (Im)provérbios, e desmistifica uma serie de provérbios. Soletra a letra, é o segundo, e trata-se de uma brincadeira com as letras do alfabeto. Segue-se este onde brinco com a repetição das letras. Procurei não ‘massacrar’ os leitores com questões fonéticas, mas antes fazer versos pequeninos e divertidos. Vão ainda sair o quarto e quinto volumes: Adivinha adivinhão e Quadras Revoltas.

E que outros livros estão no prelo?

Na próxima semana sai Senhor Ato Camaleão, uma brincadeira com o acordo ortográfico, na editora Sete dias, seis noites. Em Maio, publico na Gatafunho, o primeiro livro de uma coleção de cinco. O primeiro é de poemas – Animalices. O segundo, Carapaus ao Centro Sardinhas ao Quarteirão, de contos tradicionais sobre animais. Macacos me Mordam, com pequenas peças de teatro para crianças representarem para crianças, e o de contos A Cantar de Galo são os terceiro e quarto. O último, Para Tirar o Cavalinho da Chuva, é um romance sobre os cavalos selvagens do Gerês.»

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